domingo, 18 de abril de 2010

CELEBRAÇÃO DO CINEMA DESCONTRUÇÃO EM PORTO ALEGRE


O 12 de abril de 2009 foi um dia mágico de celebração! Nós que já andamos por tantos lugares, trocando figurinhas com outros coletivos, projetando nossos filmes em salas, muros, lençóis, paredes brancas, dunas de areia...

Bitols nasceu naquela noite no CINE BANCÁRIOS da capital gaúcha, sala conquistada
por um sindicato que, inclusive, dá um exemplo pra nossa classe, cineastas sem sala, sem força diante do poder gringo, muita purpurina, gestos contidos. Perdemos 90% do nosso espaço para a indústria de um outro país, os outros 10 % nós cedemos ao cine novela de um Brasil maquiado.

Ainda assim, pra nós livres, só alegrias!

Primeiro longa de ficção realizado orgulhosamente com recursos do Fumproarte, nascido com seu destino tatuado nas veias, de se exibir seja como for, entrar em cartaz em tantas salas quanto pudermos e aquela nossa alma da invasão e desconstrução!

Usaremos nosso circuito inventado ao longo de 11 anos pra levar pelo planeta nosso primeiro longa. Temos lá nossa meta a respeito do público e queremos alcançá-la na corajosa distribuição independente iniciada exatamente dia 13, horas depois do brinde da première, quando começamos ainda meio de ressaca do cansaço, da Coruja e da cachaça Bitols a busca por salas pra entrarmos em cartaz na capital, interior, outros estados, fora do país.

São vários convites, mas sabemos das dificuldades que enfrentaremos para comercializar de fato em meio à disputa injusta entre a produção indepentende e os blockbusters nacionais e importados. Fazer o que? Bóra mais uma vez enfrentar tudo, como já fizemos quando quisemos exibir nossos curtas.

Tu não foi no brinde do dia 12?


Bem, dizem por aí que o cinema gosta de se sentir além das outras artes? Assim, mais caro, mais tapete vermelho, mais lábios com preenchimento, mais queremos o pódium?

Olha, nós não sabemos nada sobre isto!

A gente começou com o signo da sorte, porque somos o ..Cinema8ito.., aquele coletivo que promove o Cinema na Mochila e o FLõ itinerante e não tem medo de projetar até nas nuvens. Turma que não tem diretoria, a sede é virtual e que tem amigos espalhados pelo mundo, circuito apaixonado e sem frescura.

Nós fomos bem o que somos e o público se sentiu em casa. A biAh recebendo as pessoas de alpargatas customizadas e dando seu plá sempre improvisado e sanguíneo sobre a distribuição independente. O Arieta falando palavras nonsense da cabine de projeção porque não curte cerimônia, meia luz num coquetel com cara de bar. Cerveja Coruja e Cachaça dos Bitols.

Tinha muita gente da equipe, pessoas de teatro, de música, de outras profissões, jovens cineastas, e tinha um cineasta de Portugal que apareceu por ali e, de tudo, curtiu mesmo foi a saga do Walter Waterloo.

Das coisas importantes da festa ficou parte da apresentação pairando em nossas cabeças:

- Não por coincidência, estamos lançando nosso primeiro longa nesta linda sala, com este som ótimo, conquistada bravamente por um sindicato. Isto traz a lembrança de que nós, que somos cineastas, não nos vemos no RS amparados por um sindicato, tão pouco temos o direito de exibirmos nas salas mais ricas.

Em resumo, realizamos duas sessões e um coquetel e demos o start! Sem sorrisos milimetrados, com pessoAdicionar imagemas falando abertamente sobre o filme, com a verdade estampada em nossos semblantes.

Vale a pena mostrar o convite, foi uma arte bem característica da biAh weRTHer, com fotos do Marcelo Nunes e do Gustavo Razzera.




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